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Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, volume 9, número 3, setembro de 2006 SUMÁRIO / CONTENTS
Frente
Verso
Editorial
1. Le trauma à l’épreuve de l’espace transféro-transitionnel
Jacques Cabassut et Mohammed Ham
L’ approche freudo-lacanienne, parallèlement à la mauvaise rencontre du réel, définit le traumatisme en tant qu’effet de langage potentiellement structurant pour le sujet. La pensée winnicottienne, paradoxale par excellence, offre quant à elle au jeu ou au lien précoce de l’infans à la “bonne mère”, une place centrale au détriment de la pulsion, de la sexualité infantile, de l’aspect langagier, ou du rôle du père concernant le trauma.
En formulant un espace transféro-transitionnel de rencontre, les auteurs proposent de combiner différents aspects de l’heuristique et de la praxis psychanalytique, rehaussée par ces deux courants. Empruntant à l’un et à l’autre de ces apports, ils montreront leur pertinence d’articulation concernant la clinique du traumatisme.
Un fragment de prise en charge de Mr A., névrosé traumatique, étayera leur propos.
Mots clés: Jeu, objet a /objet transitionnel, transfert, traumatisme, witz
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2. O pharmakon na interface do dispositivo analítico: o pathos na busca de sua verdade
Ana Irene Canongia
O artigo é um convite à problematização da indicação do medicamento antidepressivo e, portanto, do diagnóstico e do papel do psiquiatra como o estranho-familiar na relação psicanalítica ou na relação psicoterápica de base psicanalítica no tempo urgente da atualidade. Apresenta resumidamente as últimas contribuições sobre o diagnóstico abrangente, idiográfico, e utiliza duas vinhetas clínicas com a finalidade precípua de ilustrar o pathos antes e depois da utilização dos psicofármacos.
Palavras-chave: Pharmakon, diagnóstico abrangente, interface, pathos
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3. A ambivalência como problemática particular no debate entre psicanálise e política
Paulo César Endo
Este trabalho problematiza a dicotomia indivíduo e sociedade no debate social e político contemporâneos, grifando o papel da psicanálise nesse debate e sua presença crescente no pensamento político nas últimas décadas. Destaca o diálogo do pensamento social contemporâneo com o pensamento freudiano no reposicionamento de questões epistemológicas centrais em torno do tema indivíduo/sociedade, e sinaliza alguns avanços possíveis nessa empreitada em torno da discussão sobre ambivalência.
Palavras-chave: Psicanálise, política, indivíduo, sociedade, ambivalência
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4. Psicopatologia da autonomia: a importância do conhecimento psicopatológico nos novos dispositivos de assistência psiquiátrica
Erotildes Maria Leal, Octávio Domont de Serpa Júnior, Nuria Malajovich Muñoz, Nelson Goldenstein e Pedro Gabriel G. Delgado
O lugar que o conhecimento psicopatológico tem ocupado, e pode vir a ocupar na prática clínica dos centros de atenção psicossocial (CAPS) – serviços comunitários destinados ao tratamento de pacientes com transtornos mentais graves, persistentes, em quadros agudos ou não – é a questão central deste artigo. Analisam-se brevemente as conseqüências da hegemonia da psicopatologia descritiva para o desenho das intervenções nesses serviços e discute-se se a psicopatologia do ser social poderia ser ferramenta para o construção de cuidado que visa promover a autonomia possível para os pacientes viverem em comunidade.
Palavras-chave: Autonomia, psicopatologia do ser social, psicopatologia do senso comum, atenção psicossocial
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Autores
5. Corpo e automutilação na esquizofrenia
Andréa Franco Milagres
O artigo discute o estatuto do corpo na esquizofrenia a partir de reiterados episódios de automutilação. O corpo é abordado a partir das referências freudianas sobre o narcisismo, e de J. Lacan sobre o Estádio do Espelho, propondo tomar o narcisismo como um nó fundamental e discutindo as possíveis conseqüências de uma falha nesta função psíquica. Utilizamos como procedimento o estabelecimento de um paralelo entre um caso clínico e as discussões trazidas por Lacan em dois diferentes momentos a respeito da noção de corpo. Primeiramente a partir do caso de Lol V. Stein, no romance O deslumbramento, de Marguerite Duras, e, posteriormente, a partir do caso de James Joyce, especificamente no episódio da surra, relatado por ele em Um retrato do artista quando jovem. À guisa de conclusão, apontamos que a solução encontrada por nosso sujeito difere dos dois casos comentados por Lacan, mas visariam a uma operação semelhante: constituir um corpo definido enquanto superfície onde algo se inscreve introduzindo um sinal negativo.
Palavras-chave: Corpo, automutilação, esquizofrenia, narcisismo
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6. Classificando as pessoas e suas perturbações: a “revolução terminológica” do DSM III
Jane Russo e Ana Teresa A. Venâncio
A terceira versão do Diagnostic and Statistic Manual of Mental Disorders (DSM III), publicado pela American Psychiatric Association em 1980, implicou uma mudança de paradigma no conhecimento psiquiátrico vigente, tanto nos Estados Unidos quanto no contexto internacional em geral. Apresentamos um pequeno histórico dessa transformação e procuramos expor e discutir a nova arquitetura do manual e sua lógica classificatória. Construímos nossa argumentação em torno do destino reservado às antigas “neuroses” e aos novos “transtornos sexuais”.
Palavras-chave: DSM III, diagnóstico, história da psiquiatria
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7. O paradoxo do diagnóstico precoce de câncer
Cristina Lindenmeyer-Saint Martin
Como circunscrever o discurso do paciente que teve diagnóstico de câncer com técnicas de detecção precoce dessa doença?
A partir de dois casos clínicos, tentamos desenvolver a idéia de um efeito traumático no paciente ao ser informado desta doença potencialmente mortal. Assistimos à recomposiçao do fantasma de morte com o enunciado do discurso médico, figura reduplicada dos pais não protetores. E o corpo constitui-se como um objeto “fobogênico”, lugar de projeção do traumático. Desta forma o sujeito instala-se numa posição de identificação ao agressor segundo os termos de Ferenczi.
Durante o tempo em que o paciente se mantiver numa posição exterior em relação ao seu corpo libidinal – e será isto que facilitará o discurso médico – ele ficará hipnotizado pelo agressor, repetindo desta forma um comportamento infantil, de submissão aos maus pais. Despossuídos de seus próprios corpos, esses pacientes testemunham dos destinos pulsionais mais variáveis, chegando a formas mais mórbidas.
Palavras-chave: Câncer, fantasma, identificação ao agressor, morbidez
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8. Elementos para uma teoria da vergonha na psicose
Delphine Scotto Di Vettimo
Este artigo propõe uma discussão crítica da problemática da vergonha considerada desde a vertente social onde faz sintoma e aonde vem marcar a ferida do ideal. Com efeito, a vergonha é primeiramente um sentimento social: aparece geralmente em reação ao olhar do outro e assinala o fracasso da confirmação narcisista. A hipótese proposta postula que no trabalho clínico junto a sujeitos confrontados com uma experiência psicótica, a expressão da vergonha como prova ontológica do olhar do Outro constituiria uma tentativa do sujeito de provar-se como tal. Esta reflexão insiste, através de uma evocação clínica, na concorrência entre vergonha, psicose e relação social.
Palavras-chave: Relação social, narcisismo, psicose, sentimento de vergonha
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9. O dispositivo “técnicos de referência” nos equipamentos substitutivos em saúde mental e o uso da psicanálise winnicottiana
Juarez Pereira Furtado e Lílian Miranda
A despeito da ampla utilização do dispositivo “técnicos de referência” como forma de organizar a atenção nos Caps e outros equipamentos da reforma psiquiátrica, permanecem ainda restritos os debates e análises de suas limitações e potencialidades. Discutiremos aqui caminhos para que a organização de serviços com base em técnicos de referência não seja capturada pela administração burocrática, perdendo sua potência transformadora. Baseando-nos na clínica proposta por Winnicott, discutiremos também os problemas decorrentes da noção de “vínculo” – inerente ao dispositivo em questão – quando transposto para os serviços substitutivos de saúde mental.
Palavras-chave: Reforma psiquiátrica, centros de atenção psicossocial (CAPS), instituição pública, serviços de saúde mental
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10. O lugar do psiquiatra no sistema de saúde brasileiro
Marcio de Vasconcellos Pinheiro
Depois de fazer considerações sobre o lugar do psiquiatra no sistema de saúde brasileiro, o autor, a partir de suas experiências trabalhando nos Estados Unidos, focaliza como os seguros e planos saúde podem tornar possível um bom atendimento de pacientes psiquiátricos, com custos eficientes.
Palavras-chave: Psiquiatria, sistema de saúde, seguros saúde, custos
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Medicina da alma
Paulo José Carvalho da Silva
Sobre um mal universal
Padre Antônio Vieira
Sermão da quarta dominga depois da Páscoa
Resenha de livros
Paulo José Carvalho da Silva
A análise, o arquivo