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Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, volume 6, número 3, setembro de 2003 SUMÁRIO / CONTENTS
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1. Fenômeno, estrutura, sintoma e clínica: a droga Sonia Alberti, Clara Lúcia Inem e Flavia Corpas Rangel Partindo de uma leitura que se baseia em quatro autores brasileiros, este trabalho problematiza e verifica posições teóricas acerca do fenômeno toxicomaníaco e levanta a hipótese de que é possível, com o discurso do analista, em certo contexto e a partir de certas condições, apontar a toxicomania como equivalente ao sintoma no discurso da histérica, o que abre vias para a construção de uma clínica em que prevaleça a aposta no desejo do analista.Ao retomar as referências freudianas quanto à equivalência da droga com o discurso religioso e suas funções de entorpecimento, verifica-se uma possível sustentação metafórica, necessária para qualquer formação de sintoma. Por outro lado, ao retomar as referências de Lacan quanto ao discurso do capitalista como o discurso do mestre contemporâneo, a questão é de sustentar a possibilidade de a droga fazer obstáculo ao livre funcionamento do gozo do mestre nesse discurso.Palavras-chave: Toxicomania, sintoma, discursos, histeria, desejo
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2. Aspectos psicopatológicos da clínica com bebês: a função da pulsão ativa na constituição psíquica precoce em casos de depressão maternaLou Muniz Atem Este artigo pretende investigar a clínica com bebês desde o ponto de vista da depressão materna. Primeiro, avaliando os efeitos da depressão materna e de crises agudas de angústia da mãe sobre o bebê recém-nascido. Segundo, investigando as reações do bebê à depressão, partindo da observação de que, ao contrário do que se pensa normalmente, os bebês são capazes de reagir, defender-se e oferecer saídas em condições de intensa carga afetiva, tal como o são a depressão ou crises de angústia excessiva, como o pânico.Elabora-se, então, a hipótese de o bebê funcionando como um “anteparo à angústia materna” e minimizando os efeitos da angústia para a mãe e para si. Tal hipótese traz novas e importantes aberturas para a clínica, uma vez que permite que novas formas de intervenção sejam realizadas diretamente com os bebês, ampliando assim o horizonte clínico e criando indagações ainda incipientes no tocante à psicopatologia e metapsicologia psicanalíticas.Palavras-chave: Depressão materna, clínica com bebês, angústia, pulsão ativaPsychopathological aspects in clinical work with babies: the function of the active drive in the early psychic constitution in cases of maternal depression
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3. A perversão como estruturaPiera Aulagnier-Spairani Este artigo, inédito em português, resulta de um seminário oferecido pela autora em 1966 e se tornou um clássico da psicanálise francesa, desde sua publicação, em 1967. Ele examina a perversão como uma estrutura clínica. Recusa, Lei e Desafio são os três marcos que a autora destaca no sentido de tomar a resposta que o perverso forja diante do que Freud designa sob o termo “horror”. Horror que surge quando o perverso é confrontado com a realidade da diferença dos sexos. Ao seu olhar fascinado, essa diferença se apresenta como a confirmação de estar condenado a perder o objeto do desejo (a Mãe) e o instrumento do prazer (o pênis), em lugar de ter podido reconhecer a Lei que, apenas ela, poderia ter-lhe garantido seu estatuto de sujeito desejante. Palavras-chave: Psicanálise, perversão, desejo, prazer
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4. Significação e limite da linguagem na formação psicoterapêuticaKimura Bin As principais escolas de psicoterapias profundas na cultura ocidental têm sua origem na psicanálise freudiana. Apesar das divergências mais ou menos importantes nas teorias e práticas, elas partilham todas um princípio essencial, a saber: que a experiência pode ser verbalizada. Em geral, e principalmente nas culturas ocidentais, experimentar algo significa construir em si uma realidade dada, de modo que ela possa ser verbalmente transmitida ao outro. É somente pela comunicação verbal que a realidade experimentada pode ser partilhada com os outros, comunicando, assim, o domínio intersubjetivo comum. Este artigo examina as diferenças consideráveis nas apreensões culturais da experiência e na maneira da realidade se manifestar, retirando conseqüências apara a atividade psicoterapêutica.Palavras-chave: Psicanálise, comunicação verbal, cultural ocidental
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5. Desilusão e encantamento. Sobre “Fenomenologia da obsessão”, de Erwin StrausFederico Leoni L’auteur présente la psychopathologie de la phobie et de l’obsession de Erwin Strauss (avec des références à ses textes On Obsession, Phenomenology of Hallucinations, et Vom Sinn der Sinne), mettant en lumière les implications relatives au rôle du langage et de la gestuelle dans la constitution (et la crise) de l’expérience de la subjectivité et de l’objectivité.Mots clés: Obsession, phobie, phénoménologie, Straus, langage, sujet, monde
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6. Violência e transgressão: interrogando a adolescênciaIsabel da Silva Kahn Marin Este artigo discute como a compreensão do processo de subjetivação do adolescente traz elementos preciosos para a problematização da transgressão e da violência que, por sua vez, são condição para a constituição subjetiva, bem como fatores de transformação ou manutenção da ordem social.Palavras-chave: Violência, transgressão, adolescência, pulsão,psicanálise, psicopatologia fundamental
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7. Sob o olhar psicanalítico um espaço mal-assombrado ou Considerações sobre a psicopatologia da instituição hospitalarPaulo R. Mattos Pela trilha que leva aos confins do território psicanalítico, este artigo mapeia um problema crítico e um percurso útil para quem responde ao convite instigante de se chegar a outra cena, seguindo por uma senda exigente de golpes suados e certeiros, em busca de assim se vislumbrar novas paragens ainda latentes no legado freudiano.Palavras-chave: Psicanálise, instituição hospitalar, medicina, médico
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8. A estátua viva – corpo e temporalidade na perversãoAntonio Damião Caetano da Silva Este texto desenvolve a análise de uma organização psíquica marcada por expressivos traços perversos, tendo-se como eixo privilegiado as manifestações da implicação Corpo-Tempo. Utiliza-se como material de análise a novela “Loucura…” do poeta português Mário de Sá-Carneiro (1890-1916). Aponta-se a supervalorização egóica e correlativa desqualificação do objeto, percebendo-se então o objeto ser elevado à condição de fetiche na tentativa, por parte do sujeito, de evitar a angústia de castração e o reconhecimento da diferença sexual. Assinala-se o quanto estar imerso na completude narcísica faz instaurar a ilusão de um tempo eterno, sem ameaças e sem angústias. Por fim, desfeitas certas garantias ilusórias, vê-se o sujeito, no mais completo desamparo, ser lançado em face de um inevitável colapso psíquico.Palavras-chave: Corpo, objeto-fetiche, narcisismo, temporalidade, desamparo
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Observando a medicina Mônica Teixeira A administração forçada de antipsicóticos a presos pelo Sistema Judicial dos EUA: dois casos atuais
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Resenha de livrosFernando Portela Câmara Arquivos da loucura. Juliano Moreira e a descontinuidade histórica da psiquiatria
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