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Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, volume 4, número 4, dezembro de 2001   SUMÁRIO / CONTENTS
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EditorialArtigo completo

1. Esquizofrenia e miscigenaçãoManoel Tosta Berlinck; Caterina Koltai; Ana Irene Canongia Este trabalho, realizado no âmbito do Laboratório de Psicopatologia Fundamental do Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, relata o caso de Pedro, jovem poliglota que acabou desenvolvendo, não se sabe desde quando, uma língua própria terminando por provocar um certo sofrimento. Descreve, em seguida, o procedimento psicoterapêutico adotado e algumas implicações metapsicológicas daí decorrentes. Estabelece, finalmente, uma relação íntima e complexa entre o pathos e a cultura.    Palavras-chave: Esquizofrenia, miscigenação, psicoterapia, psicopatologia  Artigo completoAutor

2. Hamlet e a melancoliaElisa Maria de Ulhôa Cintra O texto apresenta uma análise do primeiro solilóquio de Hamlet, de Shakeaspeare, como ilustração poética do processo mais primitivo de construção de ideais do ponto de vista psicanalítico. Do lado do ideal de máxima perfeição (Eu Ideal) estão o pai de Hamlet e a situação familiar primordial (Old Hamlet, Gertrude e Hamlet) formando uma tríade narcisista primária.Do lado contrário (eu abjeto) o texto explora o maior grau de abjeção a que pode chegar um ser humano, neste caso Gertrude, mãe de Hamlet, ao casar-se com Claudius, depois da morte do Velho Hamlet. A oscilação entre estas posições extremas no eixo dos valores indica a falta de transformação do narcisismo primário e a impossibilidade de construir ideais secundários (ideais do Eu). Palavras-chave: Hamlet, psicanálise, melancolia, ego ideal  Artigo completoAutor

3. Análise com borda e análise sem bordaFrançois Duparc Quais são os limites da representação, além dos quais o sujeito se vê confrontado ao irrepresentável?As representações comportam diferentes níveis de maturidade; conseqüentemente o irrepresentável comporta graus, é relativo. Isso explica a esperança que se conserva no tratamento dos estados-limite, ou de certas formas de psicoses, de perversões ou de distúrbios psicossomáticos.Cada nível de representação comporta seu tipo de limite, sua bordadura, seu negativo, graças ao qual ele pode entrar em contato e se ligar tanto com o nível que o precede quanto com aquele que lhe sucede e o contém. Trata-se de um modelo da ordem da auto-organização, com níveis de complexidade crescente.O limite pode ser tanto interno, constituindo, então, um limite elaborado, psiquizado, integrado no pára-excitações, quanto externo, apelando a um enquadre, a um apoio externo do qual o sujeito fica, então, extremamente dependente para seu equilíbrio narcísico, e mesmo vital.Os pacientes-“limite” são justamente sujeitos dependentes de um enquadre auto-erótico externo, enquadre com freqüência faltante, pois muito flexível, pouco adaptado às aleatoriedades da realidade, como o sugere a imagem da carapaça. Suas pulsões, malcontroladas por representações primárias, em que a figuração perceptiva domina a ligação verbal, têm tendência a se descarregarem brutalmente a partir do momento em que o objeto externo, ou aquilo que o substitui, falta em sua função de apoio.O “trabalho nos limites” do analista é feito com uma avaliação da parte irrepresentável de que o paciente sofre, e de uma técnica adaptada de auxílio à representação, adaptada a cada estrutura e a cada história. Isso será ilustrado com casos clínicos.Palavras-chave: Representações, limites, negativo, enquadre, apoio  Artigo completo  Autor

4. As formas corporais do sofrimento: a imagem da hipocondriaMaria Helena Fernandes A partir da constatação de que atualmente o corpo ocupa um lugar estratégico nas formas de apresentação do sofrimento humano, este trabalho se propõe a pensar a diversidade dessas formas a partir do modelo psicopatológico da hipocondria. O modelo do investimento hipocondríaco do corpo, enfatizado por Freud, mostra-se um instrumental útil para a compreensão das experiências de percepção e representação do corpo, o que certamente nos permite refletir sobre as modalidades de escuta dos eventos corporais na clínica psicanalítica.Palavras-chave: Hipocondria, metapsicologia, corpo, escuta analítica  Artigo completoAutor

5. A esfinge em questãoEliane Robert Moraes Em diversas definições, monstros e mulheres aparecem como seres incompletos e imperfeitos, cujas anatomias revelariam uma realização inacabada da natureza. A partir dessa hipótese, este texto analisa a Esfinge que figura no mito de Édipo para interrogar as razões da supremacia do herói sobre o monstro. Tal supremacia supõe uma idealização do homem que, abstrata e universal, é desmentida por cada ser na sua existência concreta e singular. Palavras-chave: Monstro, mulher, Esfinge, Édipo, Hegel  Artigo completo  Autor

6. A melancolia na obra de Freud: um Narciso sem [des]culpaAna Cleide Guedes Moreira Este trabalho apresenta a problemática de definição da melancolia, examinada a partir da obra freudiana, no qual ela já está indicada desde o texto “Luto e melancolia” (1917). A abordagem da concepção freudiana conduz ao exame dos principais textos em que esta é formulada como uma neurose narcísica, derivada do recrudescimento do conflito edípico e envolvendo as fantasias de parricídio e incesto, a partir de uma perda objetal retirada da consciência. Palavras-chave: Melancolia, depressão, narcisismo, parricídio  Artigo completoAutor

7. Fingimientos identificatórios psicóticos con el padre durante la adolescenciaJosé de Jesús Gonzáles Núñez, Vanessa Nahoul Serio No adolescente psicótico existe uma alteração da identidade, e delírios de filiação podem estar presentes, delírios referidos à identidade sexual ou um distanciamento da realidade sem delírio aparente. Os fingimentos identificatórios no adolescente podem ser introjeções distorcidas, não predizíveis e abundantes do pai. Estes sintomas psicóticos, a fragmentação e o aniquilamento podem ser, por sua vez, defesas contra a ansiedade. É apresentado o caso de Javier Fernando, em tratamento psicanalítico, no qual este deve reconhecer e realizar a aliança com seu monstro, que é uma introjeção deformada, e igualmente o terapeuta tem que realizar a aliança com o monstro.Palavras-chave: Adolescente psicótico, identidade, delírios, identificação  Artigo completoAutor

8. O arcaico nas patologias contemporâneas. Considerações sobre o pânicoAna Maria Sigal Este trabalho aborda a questão do pânico pensado como uma falha do recalque primário. As mensagens sexuais maternas, implantadas com violência, impedem a metabolização e ficam como corpos estranhos não ligados que reaparecem sem nexo, impossibilitando sua entrada numa cadeia significante. Neste caso, os medos não são substituição de nada e, sim, a presença atual dos significantes não-metabolizados. O trabalho do analista é possibilitar que se criem novos laços onde faltou palavra.Palavras-chave: Recalque primário, pânico, representação-coisa, angústia catastrófica Artigo completoAutor

Observando a medicina  Erney Plessmann de Camargo e Mônica TeixeiraProgramas de rastreamento de câncer de mama através de mamografias: primeira aproximaçãoArtigo completo

Clássicos da Psicopatologia Mário Eduardo Costa Pereira    Kraepelin e a criação do conceito de “Demência Precoce”Artigo completo  Emil Kraepelin    Introdução à psiquiatria clínica (1905). Terceira lição: Demência precoceArtigo completo

EntrevistasEntrevista com Heitor O’Dwyer de MacedoArtigo completo

Entrevista com Joyce McDougallArtigo completo

Resenha de Livros Patrícia Lacerda Bellodi Artigo completo  Vera Lúcia Colucci Artigo completo