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Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, volume 17, número 4, dezembro de 2014
EDITORIAL
La anhedonia
Héctor Perez-RincónEvoquemos hoy este neologismo creado hace 118 años por el psicólogo y filósofo francés Théodule Armand Ribot (1839-1916) para calificar, como su nombre lo indica, la “incapacidad de experimentar placer”. El término, cuya larga vida demuestra su utilidad, pues ha sobrevivido a otros neologismos propuestos a lo largo de la historia de la psiquiatría, muestra, por una parte, la necesidad que han tenido quienes la han construido de recurrir al griego y al latín con el fin de fabricar palabras y conceptos nuevos que ayuden a describir, si no a explicar, las complejas realidades clínicas que constituyen su quehacer cotidiano; pero, por la otra, es un buen ejemplo de que los términos que constituyen su estructura verbal y teórica no son sólo descripciones observables y medibles de signos y síntomas físicos semejantes a aquellos de los que se ocupan la neurología y las otras ramas de la medicina. La anhedonia, como otros hermosos vocablos de la medicina mental, evoca y se vincula con elementos de índole filosófica y literaria, que contribuyen a darle su peculiar y compleja condición de encrucijada entre lo biológico y lo cultural, entre lo subjetivo y lo histórico.
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ARTIGOSCompor imagens: clínica psicoterápica da melancolia e dos estados depressivos
Sylvia R. Fernandes O artigo apresenta a modalidade de composição estética associada à psicanálise na clínica da depressão e da melancolia. Para tanto, analisa a relação da imagem visual com a palavra,o ato como corte, a suplência na melancolia e a relação entre o sensório e o estético.
Maternidade e feminilidade: um estudo da subjetividade de mães negligentes na assistência social
Ana Cláudia Castelo Branco Rena; Roberta Carvalho Romagnoli e Nádia Laguardia Lima Esse artigo tem como tema o estudo da subjetividade da mãe agressora acompanhada pela política de Assistência Social, em articulação à construção social da maternidade, a partir de uma perspectiva psicanalítica. Destacamos os indicadores: exercício da maternidade, negligência e intervenção profissional. Concluímos que a escuta da mulher em suas questões subjetivas é essencial não bastando a excessiva legalização das relações para interromper as situações de violência contra os filhos no ambiente doméstico.
A narrativa testemunhal e o enredamento do traumático no psiquismo
Geisi Mara Rodrigues e Viviana Valesco MartinezNeste artigo, discutimos a narrativa testemunhal de sobreviventes da maior atrocidade do século XX — a Shoah — a partir da Teoria da Sedução Generalizada (TSG). Compreendemos a narrativa como possibilidade de tradução do traumático, em que o sobrevivente, após tantas perdas significativas — do seu nome, sua dignidade, seus seres queridos… —, pode, por meio da escritura, temporalizar a sua existência e a representação de si mesmo. Ao mesmo tempo, o testemunho permite a criação de espaços memoriais, onde é possível erguer, simbolicamente,lápides para os que não sobreviveram ao horror
SAÚDE MENTAL
ARTIGO
Incorporando histórias: a recomposição do corpo próprio na perspectiva de usuários de serviços de saúde mental
Nuria Malajovich Muñoz; Erotildes Maria Leal; Catarina Magalhães Dahl e Octavio Domond de Serpa Jr.presente estudo acompanha as incidências da experiência de adoecimento na vivência de corpo próprio em pessoas que realizam tratamento em serviços de saúde mental. Por meio de abordagem clínico-qualitativa, interroga-se o papel do cuidado, do ponto de vista dos usuários, em uma possível vivificação da relação com o corpo próprio e sua contribuição na produção de novo modo de existência no cotidiano. Analisam-se as transformações vividas na relação com o corpo e as soluções encontradas para a sua recomposição.
CLÁSSICOS DA PSICOPATOLOGIA
ARTIGO
Introdução ao texto clássico de James Sully
German E. Berrios O texto clássico a seguir é importante por três razões: é de autoria de James Sully, um dos maiores filósofos-psicólogos britânicos do século XIX; apresenta uma interessante distinção entre os conceitos de ilusão e falácia; e oferece uma advertência velada sobre a eficiência epistemológica do método psicológico da introspecção. Cada um destes pontos serão brevemente tratados nesta introdução.
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As ilusões da introspecção
James Sully O uso do termo Ilusão em ciência é geralmente restrito a erros de sensopercepção. Na linguagem popular, por outro lado, seu uso estende-se a diversos outros tipos de erro: fala-se de uma ilusão da memória, de uma ideia ilusória a respeito do próprio caráter e assim por diante. Se tentarmos descobrir o que possuem esses erros em comum, descobriremos que todos eles apresentam-se como um conhecimento imediato, ou seja, trata-se de qualquer variedade de cognição que não seja conscientemente baseada em alguma outra cognição e que pareça óbvia. O termo ilusão é, assim, oposto a falácia que simula a forma de um processo consciente de inferência.
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OBSERVANDO A PSIQUIATRIAARTIGOA tensão naturalismo/normativismo no campo da definição da doença Paula Gaudenzi Vemos uma tendência da psiquiatria contemporânea de reduzir a experiência subjetiva da doença a achados neurofisiológicos. Na contramão desse movimento estão os trabalhos de Bill Fulford e Georges Canguilhem. O primeiro aposta na precedência da illness sobre a disease; Canguilhem defende a ideia de que o pathos precede o logos e ambos afirmam a inseparabilidade entre fatos e valores. Trazem, assim, a ênfase na dimensão sócio-simbólica da experiência subjetiva, marcando a centralidade da clínica para a interrogação sobre o sofrimento humano.
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PRIMEIROS PASSOSARTIGOA mulher e o enigma. Caminhos e descaminhos da feminilidade Luana Villac Afinal, o que quer uma mulher? Esse artigo não se propõe a responder a essa pergunta, mas a refletir sobre as motivações que a tornam tão popular dentro e fora do campo psicanalítico. Para tanto, acompanha o percurso da noção de feminilidade esboçada por Freud ao longo de sua obra, tanto em seu aspecto conservador da moral patriarcal quanto em seu ineditismo ao localizá-la como origem do psiquismo em sua condição humana de desamparo. A imagem da menina dos contos de fada perdida na floresta é evocada para amparar e alargar a reflexão.
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RESENHAS DE LIVROS
Revirando o enigmático – arte contemporânea e psicanálise
Maria Cristina Poli O lançamento do livro O avesso do imaginário: arte contemporânea e psicanálise, de Tania Rivera, merece ser festejado por vários motivos. O primeiro deles deve-se ao tema e a forma de sua elaboração na escrita rigorosa de Tania. Além disso, merece destaque a belíssima edição da Cosac Naif que, nos últimos anos, vem nos presenteando com os melhores exemplares de livros sobre arte. Trabalho de quem conhece e respeita seu público, erudito e exigente, e sabe que o conteúdo é indiscernível da forma.
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A reverienesta arte da psicanálise Roosevelt M. S. Cassarola É impossível ler Thomas Ogden sem sonhar acordado. O leitor intui que está usufruindo de experiências emocionais que o tornam mais humano. O subtítulo de Reverie e interpretação — captando algo humano — é revelador. Sonhamos e pensamos o mundo com nossas emoções, tecido conectivo que vincula as representações simbólicas. Emoções que se manifestam desesperadamente em busca de continentes que lhes deem significado, quando não puderam ser representadas. O humano participa da arte de transformar esse desconhecido desumano, e esta é a arte do psicanalista.
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MOVIMENTOS LITERÁRIOSKafka, Winnicott e a Boneca Viajante: perder, narrar, resgatar Claudia Mazzini PErrotta e Elisa Maria de Ulhôa Cintra Este artigo apresenta uma reflexão sobre o livro Kafka e a Boneca Viajante, a partir de conceitos desenvolvidos por D. W. Winnicott, tais como objetos e fenômenos transicionais, jogo do rabisco, espaço potencial, importância do brincar, fazendo-se, ainda, uma analogia com a constituição do vínculo terapeuta e paciente. A reflexão proposta permitiu ressaltar o quanto processos analíticos podem levar à vivência de experiências emocionais transformadoras, convertendo objetos perdidos nas diversas formas de cultura.
PDFLEIA TAMBÉMINSTRUÇÕES AOS AUTORES
CAPA / COVERCapa: Teresa BerlinckImagem da capa: Patricia Osses. Pátio de Luz (série de 6 imagens), 2007. Fotografia de performance. 90x60cm.